Penso, logo existo. Era o cógito de Descartes.
António Damásio, através do seu Erro de Descartes, renova a perspetiva sobre os processos neurológicos e psicológicos.
Penso, sinto e logo existo. É muito difícil dissociar o pensamento da emoção.
Tal como é difícil dissociar um telhado de uma casa. Faz parte dela.
É fundamental pensar a emoção, contemplá-la e dar-lhe um nome. Apenas deste modo existem as emoções na sua plenitude. Uma emoção sentida, vivida e pensada.
Não é possível fugir às emoções, nem à dor. É inútil fugir à #angústia. Temos de sentir, viver e pensar a angústia. Atravessar a angústia é sempre a melhor opção e a menos dolorosa. Desmontar uma dor enorme em pedacinhos mais pequenos e processá-la.
Podemos aprender alguns truques para distrair a dor e confundi-la. No entanto, é através da dor que crescemos e amadurecemos e nos preparamos para o próximo passo. Ganhamos músculo e força para a uma nova etapa ou desafio.
A presença destas #emoções que causam #sofrimento e dor pode igualmente ser anestesiada, com "pilulas" (álcool, drogas ou medicação). Contudo, esta anestesia derruba a consciência e fecha a alma. Torna-a mais cega ainda. Dá uma chapada ao corpo.
Acorda a #ansiedade que dói no corpo e grita nos ouvidos.
Dói mais quando não vemos e não compreendemos o que se passa. Adormecer a alma, promove um alívio temporário e gera mais confusão e cegueira. Ficamos cada vez mais perdidos, sem saber quem somos. Gera um ataque de #pânico. O descontrolo. E depois vem a culpa. E depois grita o #medo sozinho. Um buraco que se preenche de angústia, de vazio de significação e sem linguagem.
Por outro lado, este vazio é essencial para a caminhada. O vazio pode ser traduzido em espaço e liberdade, e numa ideia de renovação. Um vazio que se transforma numa folha em branco, uma nova possibilidade para escrever uma nova história, um novo capítulo, um novo caminho.
Começar é difícil, dá muito trabalho e encerra alguma falta de direcção. E talvez por isso, tendencialmente, repetimos #comportamentos destrutivos.
A direcção terá sempre de ser intrínseca. Terá de atravessar o medo e a angústia. Quem quero ser no futuro. Quero ser uma pessoa com valores de justiça, liberdade e construção. Sem medo e sem prisões. Como fazer? Para onde vou? Qual o primeiro passo? Como acabar com este medo e ansiedade?
É uma caminho. Não há respostas fáceis.
Requer investimento, objectivos definidos em encontrar alivio dos sintomas, desvelar valores intrínsecos, para aos poucos, construir uma bússola que nos indica o norte. Não me posso esquecer quem sou para projectar quem quero ser e para onde seguir.
A psicoterapia é um começo. Permite parar o tempo, reflectir sobre a direcção a seguir e sobre os valores que definem a pessoa.
Um alinhamento com os valores, no intuito de construir a bússola interna, e finalmente conseguir ver e ter consciência do norte, das coordenadas que dão segurança e conhecimento. Estar em mar alto, sem bússola pode ser assustador.
Quando encontro o meu ideal e o meu norte, caminho para ele. Com #consciência e conhecimento. Sem #ansiedade.
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